quarta-feira, 18 de abril de 2012

Saúde para negros


SAÚDE  DA POPULAÇÃO NEGRA

O Brasil é um país repleto de desigualdades, decorrentes de questões regionais, raciais, etárias, de gêneros e territórios. O racismo ainda é uma das expressões mais fortes dessas desigualdades. O sistema de saúde, do escravo no Brasil ,do século XIX,  foi marcado por  várias tentativas de tráfico de escravos, ao mesmo tempo, é o período onde a importação foi a maior da história as condições de transporte, jornada de trabalho, moradia e modo de vida são responsáveis por suas condições de saúde.

“Escravidão :Histórias de doenças”
O comércio de escravos Africanos deslocava de seus lugares de origens,para viverem em cativeiros. Os aspectos gerais da saúde dos cativos,eram interesse dos senhores proprietários ,faziam uma seleção no momento da compra,analisando suas condições de habitação,alimentação,vestuário,trabalho,repouso,castigos etc.
A instrução religiosa é aconselhada como higiene moral,necessária para a submissão do escravo,sua adaptação à sociedade e o bom andamento do trabalho.Esses manuais eram dirigidos aos fazendeiros contendo a relação das principais enfermidades que acontecem, os negros e o tratamento caseiro que pode ser facilmente administrado pelos senhores. Não havia tratamento médico de escravos.

“O pensamento negro médico”
Conclui-se então ser o escravo uma reflexão secundária para a medicina oficial. Existia a saúde da escrava ama-de leite,que era “amamentação mercenária”com a criança do senhor. O escravo era responsabilizado pela transmissão de várias moléstias,devido ao livre acesso ao ambiemte doméstico,o que o caracterizava como um perigo à saúde. Os escravos,eram muito explorados em sua jornada de trabalho,além de ser longa ainda eram mal-alimentados,mal-vestidos e maltratados,tanto no campo como na cidade.
Os proprietários só se tornavam mais cuidadosos com seus escravos,quando suas reservas diminuiam por efeito de epidemia,e os sintomas de doenças eram desprezados como “fingimento para faltar ao trabalho”. Os maus tratos dos senhores encontram limites mais no medo de perder o escravo pela morte ou fuga,e no respeito a opinião pública, do que nas leis que o protegiam, pois estas raramente se cumpriam. Nos casos de doenças graves era usado o recurso de curandeiros,quimbandeiros, feiticeiros.
As visitas de médicos as fazendas era de tempo em tempo,havia também uso de
amuletos para proteger não só de doenças,mas de sorte. Os escravos eram vistos como mercadorias e por isto seus senhores não cuidavam adequadamente.
O Ministério da Saúde vem sedimentando desde 2004,o comprometimento do SUS rumo ao objetivo da inclusão social e da redução das desigualdades sociais,considerando tanto as necessidades específicas da população Negra,quanto às desigualdades que afetam o acesso ao Serviço de Saúde e qualidade do mesmo. Mais da metade das mulheres negras grávidas,apresentam menor percentual de consultas pré-natal,quando comparadas às mães brancas.Crianças negras,com menos de 01 ano de idade,o risco de morte por doenças infecciosas foi 43% maior que  o apresentado para crianças brancas. De um modo geral,a população negra tem menos acesso aos  serviços de saúde de qualidade,e isso faz com que,consequentemente tinham uma expectativa de vida,menor.
Estudos mostram que fatores econômicos,culturais,étnicos/raciais,psicológico e comportamentais,influenciam a ocorrência  de problemas de saúde e seus fatores de risco para a população.Indivíduos que vivem em estados,com grandes diferenças de renda,possuem pior saúde que aqueles que vivem em  estados mais igualitários.O problema não é somente a falta de acesso ao serviço de saúde,mas também a falta de oportunidades e possibilidades que garantam à classe baixa,o direito de cuidar da saú-
de e bem-estar.
Ainda falta muita coisa a ser feita,para solucionar a questão da Saúde Negra no país.As estratégias para combater os problemas de saúde,devem incluir oportunidades econômicas como medidas que favoreçam a construção de redes de apoio e participação em ações afirmativas nas tomadas de decisões sobre a qualidade de vida da população.

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