SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
O
Brasil é um país repleto de desigualdades, decorrentes de questões regionais, raciais,
etárias, de gêneros e territórios. O racismo ainda é uma das expressões
mais fortes dessas desigualdades. O sistema de saúde, do escravo no Brasil ,do
século XIX, foi marcado por várias tentativas de tráfico de escravos, ao
mesmo tempo, é o período onde a importação foi a maior da história as condições
de transporte, jornada de trabalho, moradia e modo de vida são responsáveis por
suas condições de saúde.
“Escravidão :Histórias de doenças”
O
comércio de escravos Africanos deslocava de seus lugares de origens,para
viverem em cativeiros. Os aspectos gerais da saúde dos cativos,eram interesse
dos senhores proprietários ,faziam uma seleção no momento da compra,analisando
suas condições de habitação,alimentação,vestuário,trabalho,repouso,castigos
etc.
A
instrução religiosa é aconselhada como higiene moral,necessária para a
submissão do escravo,sua adaptação à sociedade e o bom andamento do
trabalho.Esses manuais eram dirigidos aos fazendeiros contendo a relação das
principais enfermidades que acontecem, os negros e o tratamento caseiro que pode
ser facilmente administrado pelos senhores. Não havia tratamento médico de
escravos.
“O pensamento negro médico”
Conclui-se
então ser o escravo uma reflexão secundária para a medicina oficial. Existia a
saúde da escrava ama-de leite,que era “amamentação mercenária”com a criança do
senhor. O escravo era responsabilizado pela transmissão de várias
moléstias,devido ao livre acesso ao ambiemte doméstico,o que o caracterizava
como um perigo à saúde. Os escravos,eram muito explorados em sua jornada de
trabalho,além de ser longa ainda eram mal-alimentados,mal-vestidos e
maltratados,tanto no campo como na cidade.
Os
proprietários só se tornavam mais cuidadosos com seus escravos,quando suas
reservas diminuiam por efeito de epidemia,e os sintomas de doenças eram desprezados
como “fingimento para faltar ao trabalho”. Os maus tratos dos senhores
encontram limites mais no medo de perder o escravo pela morte ou fuga,e no
respeito a opinião pública, do que nas leis que o protegiam, pois estas
raramente se cumpriam. Nos casos de doenças graves era usado o recurso de
curandeiros,quimbandeiros, feiticeiros.
As
visitas de médicos as fazendas era de tempo em tempo,havia também uso de
amuletos
para proteger não só de doenças,mas de sorte. Os escravos eram vistos como
mercadorias e por isto seus senhores não cuidavam adequadamente.
O
Ministério da Saúde vem sedimentando desde 2004,o comprometimento do SUS rumo
ao objetivo da inclusão social e da redução das desigualdades
sociais,considerando tanto as necessidades específicas da população
Negra,quanto às desigualdades que afetam o acesso ao Serviço de Saúde e
qualidade do mesmo. Mais da metade das mulheres negras grávidas,apresentam
menor percentual de consultas pré-natal,quando comparadas às mães
brancas.Crianças negras,com menos de 01 ano de idade,o risco de morte por
doenças infecciosas foi 43% maior que o
apresentado para crianças brancas. De um modo geral,a população negra tem menos
acesso aos serviços de saúde de
qualidade,e isso faz com que,consequentemente tinham uma expectativa de
vida,menor.
Estudos
mostram que fatores econômicos,culturais,étnicos/raciais,psicológico e
comportamentais,influenciam a ocorrência
de problemas de saúde e seus fatores de risco para a
população.Indivíduos que vivem em estados,com grandes diferenças de
renda,possuem pior saúde que aqueles que vivem em estados mais igualitários.O problema não é
somente a falta de acesso ao serviço de saúde,mas também a falta de
oportunidades e possibilidades que garantam à classe baixa,o direito de cuidar
da saú-
de e
bem-estar.
Ainda
falta muita coisa a ser feita,para solucionar a questão da Saúde Negra no
país.As estratégias para combater os problemas de saúde,devem incluir
oportunidades econômicas como medidas que favoreçam a construção de redes de
apoio e participação em ações afirmativas nas tomadas de decisões sobre a
qualidade de vida da população.
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